Yu-Gi-Oh! RED - Capítulo 5


  V

Yumi
- Deixe-me ver se entendi... – Doni cruza os braços – Você pode invocar monstros... Sem o disco de duelo? E ainda pode causar danos reais? – Ele olhava diretamente para os olhos de Yumi que já não estava mais em Red Mode.
- Sim... – Yumi olha para Annie que a encarava sem dizer nada e depois volta a olhar para Doni – Se eu quiser invocar mais de um, devo ligar o disco de duelo.
- Você faz isso há quanto tempo? – Annie pergunta, ainda encarando a garota.
- Tudo começou há dois anos... – Yumi fita o chão – Eu feri uma pessoa...
A garota fica sem falar por um bom tempo, perdida nos pensamentos. Annie apenas coloca uma mão no seu ombro. Os três saem do local sem falar nada.

01h da madrugada.
- Cadê ela?! – Doni estava impaciente a espera de Annie, em frente a casa dela. Yumi estava ao seu lado, em silêncio. – Ela sempre se atrasa pra tudo!
- Ela não iria perder isso, relaxa. – Yumi sorri e olha para o céu estrelado. – A noite está linda.
- Não sei como faz isso todos os dias. Chega a ser... – Ele olha para o beco escuro - ... Assustador.
- Desculpa, pessoal! – Annie falava baixinho enquanto abria a porta de casa sem fazer barulho. – Estou aqui!
- Finalmente! – Doni leva as mãos à cintura e se vira para Yumi – Vamos?
Os três vão para longe da rua, entrando num beco escuro e Yumi entra em Red Mode. O brilho de seus olhos iluminavam tudo no local. A garota então liga seu disco de duelo e invoca dois monstros. O primeiro que aparece é o Dragão Zumbi, um dragão roxo com feridas na pele. O segundo que aparece é o lendário Dragão Branco de Olhos Azuis. O monstro branco se abaixa, deitando-se no chão.
- Subam. – Yumi olha para os dois e aponta para o dragão. – E segurem-se. – Yumi os ajuda a subir nas costas do dragão. Doni fica na frente, com as mãos no pescoço do dragão, enquanto Annie se segurava na cintura de Doni.
- Isso é... Seguro? E onde arranjou um Dragão Branco de Olhos Azuis? – Doni olha para trás, nervoso. – Annie... Quer relaxar? – A garota estava com os olhos fechados e o abraçava com muita força.
- Olha só quem fala! – Annie não conseguia abrir os olhos. – Já descemos? – Ela pergunta.
- Ainda estamos no chão! – Doni olha para Yumi – Vamos logo com isso!
- Tentem não gritar lá em cima. – Yumi sorri – Voe.
Ela dá o comando, fazendo o grande dragão abrir suas asas e decolar em seguida.


Annie
O Dragão Branco de Olhos Azuis leva Doni e Annie até os céus, passando pelas nuvens, lentamente. Então ele cai de ponta cabeça numa imensa velocidade, fazendo os dois se segurarem com mais força, em seguida, abrindo as asas novamente e voltando a subir.
- AAAAHH! – O coração da garota dispara, fazendo-a encostar o corpo todo nas costas do rapaz. – DONI! AINDA ESTÁ AÍ?! – Ela ainda não abrira os olhos desde que decolaram, mas se sentia confortável ali, mesmo nas costas de um dragão em alta velocidade.
- EU ACHO QUE A MINHA ALMA FICOU PARA TRÁS! – Doni se segurava com força no pescoço do dragão. – MAS ISSO É INCRÍVEL!
Eles então avistam a grande Estátua de Critias, a estátua que ficava no meio da cidade. Era um monumento no formato de Critias, o Dragão Lendário, que estava com suas asas abertas. Ele tem 100 metros no total e é banhado a ouro e bordado em prata. O Dragão Branco de Olhos Azuis então pousa na cabeça de Critias, abaixando-se para os dois descerem.
- Volte. – Yumi estava lá. Ela levanta o braço com a carta do dragão e o mesmo desaparece. – Gostaram da viagem? – A garota de olhos vermelhos pergunta, ainda em Red Mode.
- Como chegou aqui primeiro? – Doni pergunta e se vira para Annie que abraçava seu braço esquerdo com força, ainda de olhos fechados. – Annie...
- Aqui é estreito... E... – Ela abre um olho mas volta a fechar em seguida. – Não gosto de altura!
- Não tem jeito... – Doni coloca uma mão na testa.
- Vocês dois formam um belo casal, sabiam? – Yumi sai do Red Mode e se vira, olhando pra cidade.
- Certo... – Annie larga o braço do rapaz, envergonhada. – Foi... Ótimo... Voar...
- Foi excelente. Excelente. Muito bom. – Doni suspira e cruza os braços. – E sobre a garotinha... De olhos amarelos... – Ele muda de assunto. – Alguma ideia de quem seja?
- Não sei quem é. Mas é igual a mim. – Yumi olha para eles. – Talvez existam mais como nós. Eu só queria saber o motivo de eu ter ganhado esses poderes... – Ela levanta a cabeça, fitando o céu estrelado de Critias.

Domingo, 10 da manhã, casa da Annie.
- Acorda! – Dylan jogou um travesseiro no rosto de sua irmã, que ainda estava dormindo em seu quarto. – Papai ligou e pediu pra você ir deixar algo pra ele!
- Ah! – A menina acorda assustada e com o cabelo todo bagunçado – São que horas? – Ela se senta e pergunta, preocupada.
- São dez. – O garoto se vira e sai do quarto. – Tem lanche na mesa! – Ele diz num tom alto, já descendo as escadas.
- Que saco!
Annie resmunga e se levanta rapidamente, pegando uma toalha e indo diretamente pro banheiro. Depois de tomar banho, ela vai para a cozinha e encontra a metade de um pão com manteiga e um copo de leite na mesa.
- Isso é meu lanche? – Ela pergunta furiosa, olhando para o seu irmão que ria baixinho ao seu lado.
Depois de fazer um lanche de verdade para ela e pro seu irmão, Annie se arruma para ir para o banco perto de sua casa, onde Dylan havia dito que encontraria seu pai, pois ele tinha esquecido sua carteira em casa e, ao abrir a porta, Annie se depara com um motoqueiro que estava em frente à sua casa, lhe observando. Uma jaqueta branca, de mangas longas e luvas. Sua motocicleta e capacete eram da mesma cor. Não dava para ver bem seu rosto, pois a vidraça do capacete era escura, impedindo de enxergar seus olhos. A moto branca tinha detalhes azuis e era de um modelo estranho, algo que Annie nunca tinha visto antes.
- Quem é você? – Ela pergunta e o rapaz dá partida na moto, desaparecendo de vista da garota. – Que estranho. – Ela fecha a porta, ainda olhando para o nada, e em seguida caminha na direção oposta.
Chegando ao banco, ela encontra seu pai lá dentro, ao lado da porta. O Banco de Critias era o maior da cidade, fazendo jus ao nome. Seu pai era um policial e estava de folga.
- Como você esquece a carteira, pai? – Ela tira a carteira do bolso e entrega ao homem de camisa azul. – E cadê a mamãe?
- Ela foi fazer as compras. Não quis acordar vocês. – Ele fala e vai até uma caixa eletrônica. Depois se vira e aponta o dedo pra garota. – Você saiu de madrugada?
- Bom... Eu... – Annie gagueja, tentando explicar. Mas neste exato momento, três homens encapuzados entram no banco, todos carregando um fuzil.
- QUERO TODO MUNDO ABAIXADO, PORRA! – Um deles fala, apontando a arma aleatoriamente para as pessoas que faziam o que ele mandava.
Os homens iam de refém a refém e pegava todo seu dinheiro e aparelhos que levavam consigo. Annie olha para o seu pai, de joelhos e aperta a sua mão. “Vai ficar tudo bem” ele dizia. O homem então leva a mão esquerda até as costas, colocando os dedos na sua arma, fazendo a garota ficar preocupada.
- O que está pensando em fazer? – Ela pergunta em voz baixa.
- Não vou deixar que esses putos saiam dessa forma. – O homem segura sua arma à espera do momento certo. – Quero que vá para longe de mim. – Ele diz.
- Mas pai... – Annie estava com lágrimas descendo pelo seu rosto. – Por favor...
- Ei! Que porra é essa?! – Um dos bandidos olha para Annie e seu pai e vai até eles, apontando a arma para o homem. – O que você tem aí? Levante-se!
O pai dela se levanta devagar e aperta os dedos na arma e, assim que iria apontar para o bandido, eles ouvem um estrondo. Algo atravessa a janela de vidro do banco e aterrissa, era o motoqueiro que Annie tinha visto há minutos atrás e algo estava voando ao lado dele, parecia um tipo de monstro. Era todo branco, pele e roupas também, vestia-se como mago, mas tinha asas de anjo.
- Você é... – Annie olha para o rapaz na motocicleta, reconhecendo-o.
Os três bandidos apontam a arma para o rapaz e disparam contra ele, porém, havia algum tipo de campo de força azul e transparente em volta do motoqueiro. As balas caiam no chão ou atingiam a parede, mas nunca atingia o garoto. Então ele levanta o braço e aponta para o monstro branco ao seu lado, seus olhos brilharam em um azul escuro que dava para ver muito bem por trás da vidraça de seu capacete.
Hipnos. – O garoto fala e o monstro levanta a mão com uma luz vermelha e a expande, criando uma espécie de onda de energia.
Annie então começa a ficar sonolenta. Ela olha em sua volta e vê as pessoas caindo uma por uma, incluindo os bandidos. Seus olhos começam a pesar e ela também cai, voltando a olhar para o rapaz na moto nesse mesmo momento, que a encarava sem demonstrar nenhuma reação. Ela então fecha os olhos e adormece.

Damon
Domingo, 22h da noite, Restaurante Golden Critias
- Eu trouxe o que você pediu. – A mulher que estava usando um vestido roxo, Sarah, coloca uma caixinha de madeira em cima da mesa. – Agora como posso saber se dará um fim nas fotos? – Ela leva uma mão até a coxa.
Damon e Sarah estavam num restaurante de classe. Estavam apenas os dois sentados à mesa e não havia mais ninguém no local, apenas os quatro guardas que estavam vigiando a mulher lá dentro. Damon tinha cabelo curto e preto, usava um sobretudo da mesma cor com uma camiseta cinza por baixo.
- Sabe, Sarah... – Damon se inclinava na cadeira e apoiava os cotovelos na mesa. – Não há necessidade disso. – O homem de cabelo e olhos da mesma cor dá um leve sorriso. – Essa sua arma que esconde na coxa foi o seu erro.
- Cala a boca! – A morena aponta a sua arma para ele, segurando com as duas mãos. – Só vai sair daqui vivo quando disser onde estão essas fotos! – Ela se levanta e os guardas chegam perto de Damon, cada um carregando uma pistola.
- Sarinha, Sarinha... – Damon segura a caixinha de madeira. – Daqui a duas horas essas fotos serão postadas automaticamente na internet. Só eu posso impedir de isso acontecer. – Ele dá um sorriso maléfico e a olha nos olhos.
- Então só temos duas horas para resolver tudo com ou sem você.
A moça dispara contra o homem de cabelo preto, dando quatro tiros, mas nada o acerta. Ela dá um passo para trás quando percebe que havia uma espécie de campo de força roxo em volta dele. Seus olhos já não eram mais pretos, eram agora um roxo medonho. Sara começa a tremer e mesmo assim não desiste, volta a disparar contra ele junto com seus guardas.
- Hilário! – Damon ria sem parar, batendo palmas – Sabe o que é mais hilário, pessoal? – Ele se levanta, arregalando os olhos e ainda sorrindo – Palhaços!
- O que você é? – A moça estava parada, já não havia mais balas na pistola. – O QUE VOCÊ É?!
- Eu sou apenas um agente do entretenimento. – Ele fala, sorrindo e colocando uma mão no peito.
Nesse momento eles ouvem uma música de circo e quatro palhaços coloridos com rostos desfigurados tentam entrar pela grande porta de vidro, mas ficam presos lá até um ser “cuspido” direto para o chão. Os outros três tropeçam neste e caem por cima em seguida. Os quatro se levantam rapidamente, os seguranças apontam a arma para eles.
- Quem são vocês? – Sarah pergunta, nervosa.
- Tudo faz parte do show. – Damon estala os dedos.
Os palhaços tiram armas do bolso como machados e martelos gigantes, partindo para cima dos guardas que atiravam desesperadamente contra eles, mas sem sucesso, as balas os penetravam, mas não havia sangue. Os palhaços riam enquanto os acertavam e matavam os guardas ali mesmo. Sangue jorrava para todos os cantos e Damon andava lentamente, até Sarah, colocando uma mão em seu rosto e encostando-a na parede.
- Isso importa o que irá acontecer daqui pra frente, Sarinha. Eu só posso dizer que nada vai ficar bem. – O homem dos olhos roxos brilhantes sorri e dá um beijo na testa da mulher. – O céu irá se abrir e os demônios entrarão em nossas vidas, como sempre fazem. – Ele toca no cabelo castanho da moça, que soluçava em desespero. – E tudo isso será obra de todo nosso lindo trabalho. – Uma cabeça decepada de um dos guarda-costas de Sarah rola até seus pés. Damon o pega pelo cabelo e leva até o rosto da moça. – Dê uma boa olhada e experimente o gosto amargo do nosso FUTURO! – Ele bate a cabeça decepada na parede, soltando-a em seguida, se afastando. Sarah chora, caindo no chão em desespero e Damon ouvia barulhos de sirenes. Ele sorri, abrindo a caixinha de madeira, observando a pequena esfera negra que havia lá dentro, depois a fecha e coloca no bolso. – Hora do verdadeiro show. – O homem ajeita seu sobretudo, indo para fora do restaurante com seus quatro palhaços ensanguentados logo atrás de seus passos. 

História: Jefferson Amaral
Edição: Natália Vaiano

5 comentários:

  1. Muito bom o capítulo, vou ter que voltar e ler o 3 e o 4 para tirar algumas dúvidas.

    ResponderExcluir
  2. Snow, põe uns links de redirecionamento para os capítulos anteriores, pro caso de alguém que viu a história agora, gostou e quer acompanhar do começo. Seria um boa. Vou voltar a ler os capítulos antes deste para me atualizar na história. Até onde eu li, está ótima.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade, vou por. É meio chato ficar procurando os capítulos no blog. Vlw pela dica e fico feliz que esteja gostando da fic.

      Excluir
  3. Essa capítulo foi bem diferente dos outros, mais sombrio. Cabeças rolaram nesse capítulo huehue. De qualquer forma, foi ótimo ler, ancioso para o cap6.

    ResponderExcluir