Existe algo chamado
instinto.
Antes de Prometeu foder
a sua vida para nos dar o isqueiro, era esse sentindo – mais do que isso, uma
essência – que permitia nossa sobrevivência, que nos guiava em meio à completa
escuridão de um mundo devastado pela ignorância.
E o que isso tem haver com o assunto que será abordado logo a
seguir? Absolutamente nada, mas é um trecho legal do meu livro de filosofia do
ensino médio.
~ Finja que tem uma música aqui. ~
Bem, vamos falar sobre um assunto bem legal crianças:
A previsão
Você já se perguntou o que é algo
“previsível”? Provavelmente não, e se alguém por ventura lhe perguntar, você
vai responder quase no comando automático: “oxi, é quando a gente sabe o que
vai acontecer”. Eu acabo de lhe prever, isso o torna previsível. Mas minha
previsão pode não estar 100% correta, ou seja, pode ser uma previsão errônea,
consequentemente, há chances de eu não ter previsto corretamente, isso vos
torna imprevisível. Complicado, não? Na verdade, não mesmo. É simples, uma
pessoa pode ser previsível e imprevisível exatamente ao mesmo tempo. Como? Bem,
uma previsão nunca é certeza. Algo que não é totalmente certo não pode ser considerado
100% – o que seria equivalente ao “total” – e o que não é 100% têm chances de
seguir por rumos imprevistos, e, o simples fato de ter essas chances, por
mínimas que sejam, tornam uma ação aparentemente previsível, imprevisível. E ai
esta o “X” da questão, pois por mais que se torne imprevisível, não deixa de
ser previsível. Se não entendeu, leia de novo umas duas vezes e irá entender.
~ Obs.: Isso que eu falei lembra uma experiência bem
interessante, chamada “Gato de Schrödinger”, você pode ler mais sobre ela aqui.
~
Agora que eu passei-lhes a teoria, vamos ao que interessa:
Aplica-la ao yugioh!
P & I
No yugioh, tem situações em que a teoria continua exatamente
a mesma, como por exemplo, quando aplicado em momentos sistemáticos, como ao
setar um card, na próxima draw, etc. Mas também há casos em que pode haver
mudanças na regra devido a determinadas circunstâncias presentes no yugioh e
que não são levadas em consideração na teoria original. São elas:
1. No yugioh, tudo se resume aos 40 cards no main, 15 no extra e 15 no side de ambos os jogadores. Não existem opções infinitas. Então, obviamente, haverá situações em que uma jogada ou ação será totalmente – 100% – previsível. Assim, a regra do P & I (previsível e imprevisível) não se aplica. Porém, também há situações em que a regra do P & I ocorre normalmente, como ao ativar uma Tenki no first turn, por exemplo, pois se você não conhecer a decklist dele, não terá como dizer com total certeza o que ele irá add. É uma situação que você pode prever – ou mais comumente usado “chutar” – mas isso não significa que a sua previsão será correta, tornando o futuro imprevisível, ou seja, P & I.
2. Agora digamos que você tenha me mostrado sua decklist anteriormente e eu saiba que de Beast-Warrior você use somente o B.F.F. Bear, é totalmente previsível que você irá add ele ao ativar Tenki, pelo simples fato de só haver ele como opção, ou seja, é o que eu falei acima: No yugioh não existe opções infinitas.
3. Enfim, levando em consideração os dois pontos anteriores, chegamos a uma regra própria para o yugioh: “Tudo o que é imprevisível, também é previsível, mas nem tudo que é previsível será imprevisível”.
Futuro
Ok, agora pare e beba água para não dar tilt no cérebro.
Vamos recapitular: sabemos que no universo tudo pode ser ao mesmo tempo
previsível e imprevisível, essa é a regra do P & I. Em seguida, descobrimos
que o “universo” é um conceito muito amplo e quando trocamos por algo mais
especifico – no nosso caso, o Yugioh – as regras do P & I tendem a mudar.
Por que isso? Pois no momento em que se aplicam limitações, as opções deixam de
ser infinitas. E o finito pode ser completamente previsto.
Bem, depois de captarmos tudo isso, vamos afundar um pouco
mais no assunto. O que é prever? Vamos usar a mesma resposta do começo do
artigo: “é quando a gente sabe o que vai acontecer”. Agora me permita fazer
outra pergunta: em que tempo está “vai acontecer”? No futuro, correto? Sim. Sabendo
disso, basta deixar de lado momentaneamente a versão yugioh da P & I e
voltar a original, onde as opções são infinitas e finalmente vamos a chegar à outra
nova regra:
“Cada opção é um futuro. Quando se tem opções infinitas, há
futuros infinitos. Ou seja, a coisa mais incerta nesse mundo é este fenômeno a
qual damos a nomenclatura de Futuro.”
E se, por ventura, eu faça minha escolha por certa opção?
Todos os infinitos futuros acabam, restando apenas um, justamente o futuro
associado à opção escolhida. Porém, no momento em que se opta por seguir uma
opção, surgem outras infinitas opções e outros infinitos futuros, criando um
ciclo infinito. Nesse momento me vem à cabeça e célebre frase de Benjamin Button
Franklin:
“Na vida, só existem duas coisas
certas: os impostos e a morte.”
Eu faria uma leve correção senhor Benjamin, para ficar mais
ou menos assim:
“Na vida, só existem três coisas
certas: os impostos, a morte e as opções.”
Então chegamos numa situação meio que irônica, onde as
Opções, a própria manifestação da incerteza, se torna uma das maiores certezas
do ser humano. Mas vamos parar por aqui se não vou começar a falar de certeza e
incerteza e me esquecer do principal.
Sim, senhor Boss, muito bonito tudo isso, mas e o Yugioh?
Vimos que usando o P & I de forma geral, infinitas opções
equivale a infinitos futuros. No yugioh, como já expliquei, existe limitação e
essa limitação resulta na mudança da regra. Seguindo a lógica que usei antes,
ficaria:
“Opções finitas. Futuros finitos.”
Mas não é bem assim. Os futuros sempre serão infinitos, não
importando a quantidade de opções. Opção são os meios, o Futuro os fins. Podem
existir vários caminhos para um único lugar, do mesmo modo que pode haver um
único caminho que vá a vários lugares. Ai você se pergunta “mas Boss, se eu só
tenho B. Yamato no deck e ativo tenki, só existirá uma opção e consequentemente
um futuro!” Se você pensou isso, saiba que está meio certo. Em curto prazo, só
existirá um futuro, então sua indagação está correta, mas como eu falei antes, quando
se escolhe uma opção surgem outras mil. Temos então outra regra:
“O futuro sempre será infinito, mas
nem sempre em todos os seus prazos – curto, médio e longo.”
O Extremo Previsível
Enfim chegamos ao fundo do assunto e, por incrível que
pareça, eu ainda poderia me estender mais, no entanto vou parar por aqui e
voltar ao começo de tudo: O previsível e o imprevisível.
Eu não sei qual o artigo exatamente e não estou a fim de ir
procurar, mas li no Core TCG que os F.F. estavam caindo em desuso pelo fato do
deck ficar extremamente previsível. Chegamos assim a um ponto interessante: O
Extremo Previsível. O que é esse extremo e em que momento chega-se a ele?
Vamos aos poucos. O que torna um deck previsível? A falta de
flexibilidade. Eu diria que decks como F.F. e G. Karakuri podem ser
considerados previsíveis, afinal, ambos seguem jogadas padronizadas e por mais
que as situações mudem de um duelo para o outro, o player sempre irá buscar
chegar àquela jogada principal, também conhecida como push. Mas quando se
atinge o Extremo da previsibilidade? Por dois modos: Indiretamente e Diretamente.
Extremo Indireto
Em um duelo, existem momentos previsíveis e existem momentos imprevisíveis.
Excluindo os momentos sistemáticos do jogo – draws, sets cards, etc -, o
extremo, basicamente, é quando tudo pode ser totalmente previsto. O modo indireto
de isso acontecer necessita de tempo e é bem situacional, na maioria das vezes
as pessoas só percebem após acontecer. Funciona como um ciclo vicioso:
1. Alguém inova e usa deck “X”, é imprevisível e têm resultados agradáveis;
2. Outras pessoas percebem certo potencial e começam a usar o deck “X”, ainda imprevisível;
3. Então muitas pessoas começam a usar e criar variações e o deck “X” se torna previsível;
4. Chega o momento em que se atinge uma build padrão e todos passam a usar a mesma coisa, então se atinge o Extremo Previsível;
5. A mesma coisa sempre enjoa, por melhor que seja. Com o tempo surgem novos decks e cartas e as pessoas acabam por decidir parar de usar o deck “X” que já não tem os mesmos bons resultados de antes, quando era imprevisível;
6. O deck entra em decadência de uso, vê-se esquecido e anos depois reinicia o ciclo.
Lembrando que atualmente isso não é muito comum, pois a konami não deixa que os decks passem da fase 4 graças a Ban Lists, mas antigos decks como X Saber e Karakuri repetem esse ciclo continuamente e pelo que parece, Fire Fist vai seguindo o mesmo caminhoou não.
2. Outras pessoas percebem certo potencial e começam a usar o deck “X”, ainda imprevisível;
3. Então muitas pessoas começam a usar e criar variações e o deck “X” se torna previsível;
4. Chega o momento em que se atinge uma build padrão e todos passam a usar a mesma coisa, então se atinge o Extremo Previsível;
5. A mesma coisa sempre enjoa, por melhor que seja. Com o tempo surgem novos decks e cartas e as pessoas acabam por decidir parar de usar o deck “X” que já não tem os mesmos bons resultados de antes, quando era imprevisível;
6. O deck entra em decadência de uso, vê-se esquecido e anos depois reinicia o ciclo.
Lembrando que atualmente isso não é muito comum, pois a konami não deixa que os decks passem da fase 4 graças a Ban Lists, mas antigos decks como X Saber e Karakuri repetem esse ciclo continuamente e pelo que parece, Fire Fist vai seguindo o mesmo caminho
Extremo Direto
Esse modo de extremo é bem menos abrangente que o primeiro,
na verdade, se resume ao duelo. Como assim? Existe um deck chamado Dark World,
que você deve conhecer, que com o auxilio dos vírus e das cartas que revelam a
mão do adversário, conseguem controlar mão e campo com uma “facilidade”
assustadora. Isso é o Extremo Direto. Um controle extremo... E direto –
trocadilho infame. Existe outra meio também de se utilizar desse, que é tendo o
Olho do Milênio, o que não é a coisa mais fácil e comum do mundo, diga-se de
passagem.
Considerações Finais
Se você não entender esse post e achar totalmente
desnecessário, fique sabendo que você está certo, em parte. No Yugioh existe o
lado técnico e teórico, o bom é você ter amplo conhecimento de ambos, mas
conheço bons duelistas que se focam somente no técnico, e o mesmo ao inverso.
Então, se não gostar de teorias, simplesmente não leia. E se você, leitor, acompanhou
até aqui, meus parabéns, você realmente não tinha o que fazer. Flw.
Créditos: (Champion) Boss
O nome do artigo é "14 things you can do to win YCS Chicago''
ResponderExcluirPost de excelência Terry
Muito bom.
Eu só postei, o autor é o Boss.
ExcluirO jogo não é previsivel,e sim os jogadores...e claro que a jogadas automaticas e alguns decks,porem é a escolha do jogador realizar elas,e a escolha do jogador montar o deck igual a todos os outros,se esquecendo do fator surpresa
ResponderExcluirProva disso foi formato de Setembro de 2013 com os Dragon Ruler,todos os decks praticamente iguais,vc já sabia exatamente que tipo de jogada iria fazer,as cartas setadas,a mão e as cartas no side deck,era ridículo,e muitas vezes um jogador que tentava colocar algo diferente ganhava,como o Scarecrow....ai todos começaram a usar e chegou um ponto de conseguir anular eles,ai outro foi lá e colocou Fader
Jogadores de Evilswarm,sabe que provavelmente ira tomar um ferret ou consacretad Light e mesmo assim invoca Ophion,depois não sabe pq perderam,conheço jogadores experiente que simplesmente joga apenas com os monstros do deck no game 2 fazendo um xyz apenas quando é necessário,e essa tatica funciona muito bem,pq vc deixa de ser previsível,como que eu vou fazer normal summon de uma "bolinha" com 0 de ataque,se meu oponente tem 2 monstros lv 4 no campo,e pode fazer um xyz não dark??vc força seu oponente a fazer outro tipo de jogada e mudar completamente o jogo
Sim, você está certo. Eu abordei o conceito de modo mais amplo, levando em consideração todo o estado do jogo. Mas, especificando o conceito como você fez, podemos perceber que ser ou não previsível é algo muito subjetivo e equivalente a skill do player.
ExcluirN sei como ta o post n li u.u
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu chamaria isso tudo de capacidade de ler o oponente. O problema, no caso para o oponente, é ser até capaz de ler o que tu pode fazer, mas não ter certeza.
ResponderExcluirMe lembro do dia em que ativei Duality e uma das três cartas era Decree. O campo dele tava cheio de backrow. Peguei Decree e setei uma carta. Isso tudo com Kaiser Colosseum no campo segurando o oponente. No turno dele, destruiu a carta setada e era uma outra Kaiser Colosseum. Era óbvio que ele, com todo aquele backrow, iria querer destruir a suposta Decree. No outro turno, setei outra carta e passei. No turno dele, ele novamente destruiu a carta setada e era uma Bujincarnation. HAHAHAHA No outro turno, setei Decree e no turno dele, ativei. Ele desistiu com 8000 LPs e me chamando de "you annoying guy".
ah, posso dar uma recomendação? Vocês redatores e editores do blog deveriam ser mais preocupados com a organização das postagens. Encontrei não só erros de português, mas uma organização "estranha" dos argumentos. E não foi só nesse texto. Penso que vocês poderiam ter um maior público se fossem mais determinados em tornar as postagens melhores. Isso, aliado ao bom conteúdo que vocês já geram, pode melhorar muito o Clã. Abraço.